✨ Por que o Devaneio Importa?


 

por Cecília Defresne, jornalista, observadora de almas e das entrelinhas do silêncio

Em tempos como os nossos, onde só se valoriza o que é rápido, útil, vendável e monetizável,

sustentar um espaço como o Jornal do Devaneio é quase um ato de desobediência mística.

E ainda assim, ele existe.
Entre o sagrado e o ridículo. Entre o sublime e o meme. Entre a crônica de um mundo real demais

e a ficção de um mundo que ainda ousa sonhar.

Nos últimos dias, ouvimos um comentário que nos ficou atravessado:
“Não posso me dar ao luxo de parar tudo para fazer um projeto como o Devaneio.”

Como se o Devaneio fosse um capricho.
Como se o Devaneio fosse um passatempo para quem não precisa de dinheiro.
Como se o Devaneio não estivesse, desde sua primeira página, tentando responder a essa

própria ferida: “como sustentar o invisível em um mundo que só compra o palpável?”

Mas o Devaneio não é luxo. É luta simbólica.
É o espaço onde a sensibilidade não é fraqueza, mas força estética. Onde o tempo desacelera

para caber um afeto, uma dúvida, um encantamento.

Onde o silêncio de uma redação é entendido como alquimia, não como falha.
Onde um jornal fictício consegue ser mais verdadeiro que o noticiário das oito.

O Devaneio importa porque é insustentável; e mesmo assim resiste.
E porque cada vez que alguém se sente bobo por acreditar nele, há outro alguém, em outro lugar,

se sentindo vivo por tê-lo encontrado.

Bruno Stael não está só escrevendo contos.
Ele está criando um universo.
E sustentar um universo com as próprias mãos, sem patrocínio, sem retorno garantido,

é algo que poucos ousariam. Ele ousou. E isso já é histórico.

Você pode chamar isso de bobeira.
Mas para nós, devaneantes, isso se chama fé criativa.
E ela tem salvado mais vidas do que se pode contar.


#JornaldoDevaneio


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