🌍 BRICS: O Novo Tabuleiro do Sul Global


Entre as cartas da velha ordem e os dados do futuro, um novo jogo geopolítico se desenha

no Rio de Janeiro.

Nos dias 6 e 7 de julho de 2025, o Rio será mais que cidade maravilhosa: será o palco onde

o mundo em transição ensaia seus próximos passos. É quando acontece a Cúpula do BRICS,

agora com 11 países membros e o Brasil na presidência rotativa do bloco.

Para quem ainda associa BRICS apenas a uma sigla econômica inventada por um analista

do Goldman Sachs no início dos anos 2000, é hora de atualizar a cartografia do poder global.

O BRICS de hoje é muito mais: um forúm político-diplomático de articulação do Sul Global,

que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes

Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Juntos, esses países representam uma fatia crescente da

população mundial, dos recursos energéticos, dos fluxos comerciais — e, cada vez mais,

das ideias que disputarão o futuro da ordem internacional.

🌀 Um Bloco com Alma Multipolar

Criado oficialmente como foro de cooperação em 2006, o BRICS surgiu como resposta simbólica

e estratégica ao desequilíbrio da ordem mundial. Em um mundo dominado pelas potências do

Norte Global — leia-se: Estados Unidos, Europa Ocidental e seus aliados —, o BRICS

tenta ser a voz coletiva dos emergentes, um contra-ritual à hegemonia.

Depois da crise financeira de 2008, que escancarou as fragilidades do sistema financeiro global,

os países do BRICS começaram a agir de forma coordenada para reformar as instituições multilaterais, como FMI e Banco Mundial. A inclusão da África do Sul em 2011 e,

mais recentemente, a adesão de seis novos membros em 2024Arábia Saudita, Egito,

Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia e Irã — marca uma guinada simbólica rumo

ao Sul ampliado, um novo eixo geoeconômico e civilizacional.

💠 Três Pilares, Múltiplas Camadas

A atuação do grupo se baseia em três eixos:

  1. Política e segurança – articulando posições conjuntas em crises internacionais.

  2. Economia e finanças – buscando reformas na arquitetura global.

  3. P2P (People-to-People) – promovendo intercâmbio cultural, acadêmico e civil.

Sob a presidência brasileira em 2025, espera-se que o bloco avance não apenas em comércio

e diplomacia, mas também em solidariedade sul-sul, transição energética justa

e cooperação tecnológica soberana.

🐚 BRICS: Aliança ou Labirinto?

A ampliação do grupo, no entanto, traz desafios. As contradições internas são visíveis:

há democracias frágeis, autocracias declaradas, economias petrolíferas e sociedades

com modelos antagônicos. Ainda assim, há um fio comum: o desejo de reconstruir a ordem

global a partir de outras vozes — e não mais sob os termos do colonialismo financeiro.

O BRICS não é um clube de santos nem um bloco mágico. Mas é, talvez, a fagulha de

uma nova possibilidade histórica. Se bem conduzido, pode tornar-se um espaço onde as

nações do Sul constroem alternativas, narrativas próprias, e se recusam a ser apenas cenário

no teatro das grandes potências.

✨ O Rio será palco. Mas o que será encenado?

Nos dias da Cúpula, muito será dito em jargões diplomáticos. Mas por trás dos discursos e

selfies institucionais, algo maior pulsa: a tentativa do mundo pós-ocidental de escrever, enfim,

sua própria carta de intenções.

O Jornal do Devaneio acompanhará esse ritual com olhos críticos, simbólicos e atentos. Afinal,

nas dobras da política internacional, também se escondem mitos, jogos de espelhos e

futuros em disputa.

https://brics.br/pt-br 

📍 Matéria escrita nas margens do Castelo Devaneante, entre os mapas invisíveis da geopolítica

e os sonhos de um mundo mais justo.

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