📿 O Delírio Evangélico-Colonial e a Bandeira de Israel


Por Pablo Hernandéz


Quando a cruz se curva ao sionismo e a ignorância marcha com fé


Na Marcha para Jesus em São Paulo, bandeiras de Israel tremulavam como se fossem símbolo do


cristianismo brasileiro. Uma cena que pareceria piada em qualquer canto lúcido do mundo, mas

que aqui é performance nacional. O trágico? Não é só incoerente, é um retrato em alta definição

da colonização do imaginário religioso brasileiro.


Israel, vale lembrar aos exaltados de microfone gospel, não reconhece Jesus como o Messias.

A doutrina judaica não compartilha da salvação cristã. E, ainda assim, fiéis brasileiros, num

transe coletivo, brandem a estrela de Davi como quem evoca o Espírito Santo, sem notar

o abismo teológico sob os próprios pés.


Estamos diante de um fenômeno curioso: o neopentecostalismo à brasileira virou refém do

messianismo político estadunidense, importando ícones e inimigos, slogans e bandeiras,

como quem coleciona figurinhas do Apocalipse. 


Não é fé, é fetiche. Não é teologia, é teleguiamento ideológico.


Enquanto isso, a realidade escorre pelas bordas do culto: a Palestina é silenciada, a teologia da

libertação é demonizada, e o Cristo dos pobres dá lugar ao Messias das armas, da bancada e

do pix missionário.


O Brasil virou uma colônia espiritual com selo Made in USA e delivery direto de Jerusalém ocupada.




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