💔 Editorial de Pablo Hernandéz: O Amor na Era do Algoritmo


 

Ah, o amor.

Tão difícil de sustentar, tão fácil de monetizar.
Hoje, ele veste roupa temática, ganha moldura no feed e se resume a uma sequência de

gestos coreografados para parecer espontâneo. Um buquê caro, uma frase pronta,

uma hashtag que diz mais sobre marketing do que sentimento.

🛍️ O amor virou um kit de Dia dos Namorados: embale-se com urgência, poste antes das 18h

e diga que está “vivendo um sonho” — mesmo que, por dentro, esteja negociando

migalhas emocionais com juros abusivos.

📸 O algoritmo sorri.
E você sorri de volta.

Mas o que me intriga — e confesso, com uma pitada de melancolia —

é que, no meio disso tudo, talvez ainda haja amor de verdade.
Só que ele não grita.
Ele não precisa ser postado.

Ele se esconde no não dito, no bilhete não enviado, na presença silenciosa,

na vontade de cuidar.
E por isso… não vende.

🖋️ Por isso hoje, eu saúdo não os casais do Instagram, mas os que se amam no cotidiano.
Os que se escolhem sem pressa.
Os que não precisam provar nada.
Os que talvez nem tenham uma foto juntos — mas sabem exatamente como o outro respira.

Feliz Dia dos Namorados… se for de verdade.
Se não, só… boa sorte. Vai precisar.


Pablo Hernandéz
Crítico cultural, ex-amante, eterno desconfiado.


#JornalDoDevaneio #DiaDosNamorados


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