📜 Como era a vida de um escriba?


Antes da tinta virar história, havia silêncio.
Nas margens do Nilo, sob o calor imóvel das pedras, um homem chamado Mery começava seu dia.

Trazia no corpo a leveza da linho branco e, na mente, o peso das palavras reais.

Era escriba: um dos poucos iniciados na arte de ouvir os deuses através da escrita.

Mas nem sempre estava só.

Dizem os pergaminhos devaneantes que certa manhã, Mery recebeu a visita

de uma criatura impossível:
uma gata de olhos fechados que via mais do que ele jamais ousara escrever.
Vestida em mantos de estrelas, ela lhe ensinou que existiam também os registros do invisível:

sonhos, presságios, silêncios.

Desde então, a pena de Mery passou a dançar não só sobre fatos, mas sobre devaneios.
E nasceu ali o primeiro rascunho do Jornal do Devaneio, cerca de 2613 a.C.

📖✨ Porque há arquivos que só o coração pode decifrar.


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