🍼Dia da Cegonha Reborn: um País que Pariu uma Boneca por Pablo Hernandéz
Tem dias que fica muito fácil escolher algo para criticar, meus queridos, e hoje é um deles!
Enquanto mães reais sangram em corredores públicos, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro acaba de parir uma nova data oficial: o Dia da Cegonha Reborn.
Reborn. Nascer de novo.
Mas só pra quem já nasceu de plástico, pintado à mão, sem necessidade de leito, vacina, ou amparo estatal. Uma boneca hiper-realista agora tem data no calendário, aprovada com mais rapidez que verba para obstetrícia.
É o delírio embalado em manta azul-bebê.
Chamam de gesto simbólico. Eu chamo de ultrassom no vazio.
Enquanto 67% das mortes maternas do país atingem mulheres negras,
um parlamento decidiu que o futuro precisa de colo
— mas só se for de vinil macio e olhos de vidro.
A cegonha vem, sim.
Mas não traz direitos, nem assistência.
Traz a boneca.
Com nota fiscal, mas sem alma.
E no berçário invisível do Brasil, onde mães reais enterram sonhos com nome e sobrenome, a cidade comemora a maternidade que não chora, não cresce e nunca vai pedir creche.
Dia da Cegonha Reborn: porque é mais fácil brincar de nascer do que lutar por quem está morrendo.
No teatro da política, bonecas têm mais palco que parturientes.
E a encenação segue.
Você também ficou sem palavras ou tem alguma pra gritar?
✒️ Pablo Hernandéz
NOTA DA REDAÇÃO** Um bebÊ reborn é uma boneca hiper-realista que imita a aparência, peso e detalhes de um bebé recém-nascido. São feitos à mão, muitas vezes com materiais como vinil ou silicone, e pintados com detalhes minuciosos para criar uma aparência extremamente rea
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