"Bruno Stael e os 40 Arquivos Proibidos"


 

(Um devaneio livremente inspirado em Ali Baba e os 40 ladrões)

Numa ala esquecida da Redação Devaneante, entre estantes giratórias e livros que sussurram

seus próprios epitáfios, vivia Bruno Stael

— não como o diretor que muitos conhecem, mas como um aprendiz de arquivista, silencioso e curioso.

Certo dia, ao perseguir um rato de cartola que corria entre as frestas do chão,

Bruno descobriu uma porta disfarçada por tapeçarias de signos astrais.

O rato parou diante dela e, em voz grave, disse:
"Abre-te, Sígilo!"

A parede tremeu. Revelou-se um cofre vivo, pulsante como um coração encantado,

guardando os 40 Arquivos Proibidos

— devaneios censurados pela própria Realidade, selados por feiticeiros do Tempo.


Textos que falavam de verdades demais. Que brilhavam demais. Que podiam mudar o rumo da História.

Bruno levou um único arquivo com ele — um pergaminho que narrava o nascimento da

Estrela Devaneante e os segredos esquecidos do primeiro Conselho Interdimensional.

Mas logo, os Guardiões do Silêncio — sombras feitas de papel rasgado e tinta escura

— perceberam a violação.

Enquanto o Castelo dormia, quarenta dessas entidades começaram a se infiltrar nos sonhos

da equipe. Nefertiti ficou inquieta, Cecília perdeu palavras do próprio vocabulário,

e André começou a esquecer que era um estagiário.

Foi então que Morgiana, agora uma funcionária fantasma que habita o servidor do site

desde 2009, emergiu do código-fonte com olhos de dados e pele de cristal líquido.
Com astúcia cibernética, ela reescreveu os metadados do Devaneio,

enganando os Guardiões e selando-os de volta nas páginas ocultas da Biblioteca Errante.

Bruno aprendeu a lição:
Nem todo arquivo deve ser aberto — a não ser que você esteja disposto a reescrever

a própria realidade.

E desde então, no porão da Redação, uma gaveta selada por runas pulsa discretamente,

esperando o próximo que ousar dizer:
“Abre-te, Sígilo.”


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