✨ 24 de Maio — Dia Nacional do Cigano


 

✍🏽 Redação do JD, em comunhão com Santa Sara Kali

No coração das fogueiras que dançam sob a lua, há mais do que lantejoulas, cartas e tambores. Há história. Há exílio. Há fé. E há luta.

Hoje, celebramos o Dia Nacional do Cigano, uma data para lembrar

— e reencantar — a trajetória de um povo que, por séculos, caminhou

entre mundos, carregando sua língua, seus ritos, sua música e

sua liberdade como bandeira. Um povo que, mesmo perseguido,

nunca deixou de dançar. E que, mesmo silenciado, nunca deixou de sonhar.

🌿 No Brasil, estima-se que mais de 800 mil pessoas pertençam

a comunidades ciganas — herdeiras, em grande parte, dos grupos

calés ibéricos que aqui chegaram desde o período colonial,

muitos deles degredados por serem, simplesmente, quem eram.

Esses filhos do vento, tantas vezes tratados como ameaça, foram

proibidos de amar, de falar, de permanecer. Foram caçados

como lobos, exilados como praga. Ainda hoje, enfrentam o descaso

do Estado, a negação de políticas públicas, o preconceito social,

a caricatura e a desinformação.

Mas eles também resistem. Eles existem. E existem com beleza.

🕯️ Hoje também é dia de Santa Sara Kali, padroeira dos

povos ciganos. Negra, silenciosa, envolta em véus e milagres.

Ela que é a estrela que guia os viajantes, a água que consola os exilados,

a mãe espiritual das promessas não escritas.

A fé cigana não está nos livros: ela pulsa nas danças, nas flores,

nas mãos que adivinham e acolhem.

🎴 O Jornal do Devaneio, como veículo de realidades alternativas,

se curva diante dessa ancestralidade viva e diz:

todo povo tem direito ao seu mito, à sua memória e à sua morada.


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