Snipers e Coalas: A nova política ambiental do Apocalipse

 

🗡️ Crônica do Desencanto nº 59
🎙️ Por Pablo Hernández
📍Diretamente da Biblioteca que Sussurra Críticas

Detesto ser o único elo desta redação-castelo com o mundo "real". Sim, o encantamento que está acontecendo aqui é real também — mas real como sonho lúcido, como poema que sussurra uma saída. Enquanto isso, do lado de fora, os humanos seguem fazendo o que fazem de melhor. Com o perdão da palavra... merda.

Vamos ao caso da semana: snipers abatendo coalas na Austrália.


Leia novamente. Devagar.

Snipers.
Coalas.

A mesma espécie que os humanos adoram estampar em chaveiros, almofadas e vídeos fofos na rede vizinha. 

Pois bem: em vez de proteger os habitats naturais, conter incêndios ou — ouso sugerir — repensar o modelo predatório que leva essas criaturas à beira do abismo, os gênios da gestão ambiental resolveram o problema com... tiros de precisão.

Imagine a reunião:
— O que fazemos com os coalas?
— Não podemos deixá-los morrer queimados, coitados!
— Temos snipers?
— Perfeito, vamos executá-los de helicóptero. Pela dignidade.

Dignidade, meus caros, é um conceito que morre um pouco toda vez que decisões assim são tomadas. E a ironia escorre pelos galhos como seiva ácida: o símbolo da Austrália, reduzido a alvo, abatido para que sua morte não atrapalhe o cronograma.

Não se iludam com a estética vintage deste castelo. O horror moderno também atravessa o véu. E é meu dever — ingrato, diga-se — relatar isso com um cálice de absinto na mão e um suspiro entalado na garganta.

Encantamento é resistência — cada vez mais urgente e necessária. Mas não pode ser alienação!
Quem não critica, compactua.
E hoje, meus amigos encantados, eu critico em nome dos que não podem gritar.

Com o olhar severo e a lupa apontada,


Pablo Hernández
🪞Crítico Cético e Mordaz
📚 Redação do Castelo do Jornal do Devaneio

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