🪄🐍 Dolores Umbridge, é você?
Nesta quarta-feira (16), J.K. Rowling — a mesma que nos ensinou que o amor era a magia mais poderosa de todas — decidiu brindar publicamente a uma decisão que redefine a palavra "mulher" apenas pelo sexo biológico no Reino Unido.
Entre um drink numa mão e um charutão na outra — reproduzida em larga escala em todos os portais, e que aqui não postaremos para não compactuar com sua imagem — Rowling celebrou o "Dia V TERF" (sim, uma paródia ao Dia da Vitória da Segunda Guerra Mundial), comemorando a vitória do grupo For Women Scotland, ao qual ela própria doou £70 mil (aproximadamente R$ 543.000).
Na Terra onde mulheres e pessoas trans mal conseguem atravessar a rua sem enfrentar violência, Rowling optou por usar sua varinha — e sua fortuna — para tornar a travessia ainda mais difícil.
Enquanto isso, ativistas e entidades LGBTQIA+ expressavam preocupação com os impactos da decisão na vida de mulheres e pessoas trans — já tão vulneráveis em um mundo que, convenhamos, sempre preferiu caçar unicórnios a proteger minorias reais.
Por aqui, na redação do Jornal do Devaneio — formada majoritariamente por pessoas LGBTQIA+ que cresceram lendo Harry Potter —, a notícia desceu como um feitiço de azaração mal lançado: um misto de decepção, tristeza e incredulidade.
Nunca entenderemos a obsessão de Rowling em transformar o combate a mulheres trans em sua missão de vida, como se elas fossem a verdadeira ameaça no castelo — e não o patriarcado, esse sistema que oprime mulheres cis, mulheres trans, homens trans e homens cis que não cumprem as expectativas do que se espera de homens.
Em um planeta onde mulheres e pessoas trans seguem sendo assassinadas, estigmatizadas e ridicularizadas todos os dias, ver quem uma vez falou de liberdade e escolha se aliar a movimentos conservadores é, no mínimo, desolador.
✨ De nossa parte, seguimos preferindo o lado que sempre escolhemos: o que luta pela existência, pela imaginação, e pela magia que abraça todas as formas de ser.
Comentários
Postar um comentário