📡✨ Crônica Estelar — Vozes que Não Deviam Falar


 

Por Bruno Stael, para o Jornal do Devaneio

Eles disseram que certas estrelas não falam. Que depois de certo ponto, só silêncio. Só gravidade. Só morte fria e imóvel.

Mas o cosmos — esse velho contador de histórias — acaba de rir na nossa cara.

Uma anã branca morta. Uma anã vermelha fria. Um sistema binário condenado à quietude.
E, mesmo assim... rajadas de rádio atravessam o espaço como gritos de algo que insiste em ser ouvido.

Não deveriam falar.
Mas falam.

Chamam essas explosões de "transientes de rádio de longo período". Antes, pensavam que vinham só de estrelas de nêutrons, aquelas que já morreram mil vezes e ainda brilham como fósforo cósmico.
Mas não.
Essas vieram de estrelas que estavam fora da equação. De vozes que não estavam no roteiro.

E aqui, no Jornal do Devaneio, a gente entende bem.

A anã branca e a anã vermelha estão dançando. Seus campos magnéticos se entrelaçam como duas senhoras velhas e teimosas num baile proibido. E entre um passo e outro, elas emitem sinais.

Não porque podem. Mas porque precisam. Porque mesmo morta e fria, uma estrela ainda pode gritar poesia no escuro.

🌀 O universo está cheio de mensagens que não seguem as regras.
O Devaneio também.

Então da próxima vez que disserem que você não deveria mais estar criando,
que você já passou do tempo,
que já não pulsa,
que já está frio...

Lembre-se:
até as estrelas fora do manual estão transmitindo agora.

E talvez, só talvez, elas estejam tentando nos dizer:

"Nem tudo que é silêncio, consentiu.
Nem tudo que é frio, morreu.
Nem tudo que é invisível… se cala."

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