Crítica ao Cansaço de Ter Que Ter uma Crítica
🖋️ Crônica de Pablo Hernández
“Crítica ao Cansaço de Ter Que Ter uma Crítica”
Confesso: hoje acordei com vontade de não pensar.
Vivemos uma era onde até o descanso precisa performar. Onde até o silêncio precisa de legenda. Onde a exaustão virou branding.
A crítica, dizem, precisa estar sempre afiada. Mas hoje ela está de pantufas. E sinceramente? Merece.
Porque o excesso de tudo é o novo nada.
Todo mundo quer gritar opinião em caixa alta, mas ninguém escuta o som da própria alma sussurrando: “ei, tá tudo saturado.”
Hoje, recuso-me a odiar uma série, a debochar de uma tendência, a expor mais uma contradição.
Minha crítica é ao fato de que nada me surpreende mais — e isso, por si só, é um sintoma grave.
Talvez amanhã eu volte. Com palavras afiadas, com veneno doce e referências de peso.
Mas hoje, me permito dizer:
“Tudo isso me cansa. E esse cansaço merece ser denunciado.”
— Pablo Hernández
(entre uma piscadela de desprezo e um cochilo merecido)
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