A Resposta que Foi Embora
por Bruno Stael
Durante três dias e três noites, ela pairou.
Sem som. Sem luz. Sem anúncio.
Uma nave — negra como o espaço entre as estrelas, e imóvel como um presságio.
Os primeiros a vê-la foram os telescópios.
Depois, os caçadores de OVNIs.
Depois, os governos.
Depois… todo mundo.
Ficou lá.
No limiar da estratosfera.
Assistindo. Observando.
Gravando? Julgando?
Ninguém sabia.
As perguntas começaram a doer:
— Por que agora?
— Por que não falam?
— Por que não fazem nada?
— Talvez estejam esperando uma provocação.
— Talvez não saibam como nos entender.
— Talvez não queiram…
Na madrugada do quarto dia, a nave foi embora.
Sem barulho. Sem rastro.
Sem invasão. Sem raio laser. Sem mensagem final.
Apenas partiu, como quem já viu o suficiente.
No mesmo instante, em uma floresta isolada no Equador, o broto de uma flor translúcida surgiu do chão.
Era cristalino, vivo, quase líquido — e entoava um som que só os animais pareciam compreender.
A resposta veio.
Mas não era para os humanos.
Era para o planeta.
✨ FIM
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